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É provável que, em algum momento de sua vida, especialmente na época de escola, você tenha percebido que se identifica mais com algumas áreas do conhecimento do que com outras.
Esse é um comportamento que pode ser considerado normal, uma vez que cada indivíduo traz para a sua vida, qualidades e competências diversas.

Por exemplo, algumas pessoas são boas em raciocinar logicamente, enquanto outras são boas em se expressar por meio de palavras.
Portanto, é impossível delinear um parâmetro para medir a inteligência de uma pessoa. Consequentemente, isso leva ao reconhecido de que há mais de um tipo de inteligência.
Determinar seu tipo intelectual primário é um passo fundamental no momento de optar por uma determinada área do conhecimento e pode ajudar especialmente aqueles que têm dúvidas sobre qual carreira seguir.

Neste artigo, a nossa intenção é abordar mais especificamente um tipo de inteligência pouco difundido, a inteligência financeira.  Aproveitando para tratar de seus benefícios em busca de equilíbrio, bem-estar e independência em sua vida financeira.
O ano de 2020, no Brasil e no mundo, chegou na vida das pessoas cheio incertezas, provocadas, principalmente pela pandemia do coronavírus, afetando a vida das pessoas e mudando hábitos. O comportamento financeiro do brasileiro foi um dos mais afetados.

Diante da pandemia, as condições econômicas das pessoas mudaram e, para muitos,  ainda não voltaram ao normal. Várias pessoas tiveram que lidar com cortes em seus salários, perda de emprego, indefinições sobre auxílio emergencial e outras fontes de renda para se sustentar.
Você deve estar se perguntando: “qual a relação das dificuldades enfrentadas ao longo destes últimos anos com o tema deste artigo.” Bem a resposta é: tudo!

Inteligência financeira pode ser definida como o grau de conhecimento que um indivíduo tem de si próprio, quando o assunto está relacionado as decisões envolvendo a utilização do dinheiro. Ou seja, a inteligência financeira tem por base ordenar a utilização dos recursos disponíveis com suas escolhas,  privilegiando a realização de seus propósitos e objetivos.
Uma pergunta que você deve sempre se fazer é: como é a minha relação com o dinheiro?

Tomo as melhores decisões financeiras sempre, independentemente de como estou me sentindo?
Sejamos sinceros: que pessoa, no decorrer de sua vida, nunca passou por uma crise de ansiedade, preocupação, tensão e descontou toda essa frustração buscando consolo em uma seção de compras, desnecessárias e invariavelmente por puro impulso, ou ainda, em uma boa barra de chocolates ou pode de sorvete?
No entanto, esse tipo de comportamento exige muita reflexão. Afinal, se esse comportamento passou a fazer parte do seu dia a dia, você deve refletir sobre as seguintes questões:
“Que impacto, essas decisões sem base na razão, provocam no meu orçamento e, portanto, como afetam a minha vida?”
“Qual a real importância desse comportamento?”

“Estou desperdiçando o meu precioso tempo agindo desta forma?”
Esta análise serve para que tenhamos consciência de que o tempo representa a duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia de presente, passado e futuro é o período contínuo no qual os eventos se sucedem. E é em função do tempo que fazemos as nossas escolhas.
Portanto, se o seu propósito é potencializar seu tempo visando mais satisfação e melhor qualidade de vida, além de criar condições de bem-estar e liberdade financeira, desenvolver sua inteligência financeira é vital.

Para que esta conquista seja possível, o primeiro passo está associado a uma mudança de comportamento e desenvolvimento de bons hábitos. Só então você experimentará a tão sonha da transformação que espera.
No entanto, para que isso aconteça, você deve tomar a primeira decisão de embarcar nessa marcha renovadora.
O primeiro passo é compreender a diferença entre inteligência financeira e educação financeira.
A educação financeira pode ser definida como a forma de aprender a lidar com as suas  finanças. Por meio dela, pode-se desenvolver a compreensão dos principais conceitos financeiros. Um exemplo é fazer um curso que ensina como elaborar um plano financeiro.

No entanto, a educação financeira por meio de diversos meios como cursos, artigos, livros ou vídeos nos dá a oportunidade de entender o que precisa ser feito para organizar nossas finanças, mas não significa e nem garante que uma pessoa agirá com sabedoria em relação ao dinheiro porque o conhecimento na prática leva a resultados, e é disso que se trata a inteligência financeira, controlando as ações e comportamentos relacionados ao dinheiro através do conhecimento adquirido na educação financeira.
A inteligência financeira está rigorosamente associada à inteligência emocional porque, ao contrário da crença popular, o comportamento financeiro é mais emocional do que racional e está relacionado à capacidade de identificar suas capacidades financeiras, organização e disciplina.
Inteligência financeira pode ser definida como a capacidade de controlar ações relacionadas ao uso do dinheiro, ou seja, saber exatamente sua capacidade financeira, de modo que quando você compra algo, você o faz por uma necessidade genuína e sabe exatamente o que pode pagar. Também não assume nenhuma atitude impulsiva e entende a diferença entre preços baixos, altos e justos.

Como qualquer habilidade, a inteligência financeira pode ser desenvolvida em qualquer momento da vida. Evidentemente, quanto antes melhor.
Para identificar e evidenciar se você possui ou desenvolveu a inteligência financeira alguns recursos são importantes, como por exemplo identificar as suas competências financeiras, uma vez identificadas tais competências o próximo passo diz respeito a preservar e na sequência aprimorar seu relacionamentos com o dinheiro, passando a buscar formas de como ganhar mais dinheiro com qualidade de vida, sempre com foco no futuro, nunca deixando de sonhar, mas principalmente criando condições para que estes sonhos se concretizem.
Vamos então tratar de especificar cada uma desta competências fundamentais para o desenvolvimento e manutenção da inteligência financeira.

Identificar as competências financeiras
Esse é o pressuposto da inteligência financeira, pois em qualquer processo de renovação, o propósito e o ponto de ação são a consciência da situação de momento. Quando o assunto é dinheiro, não há exceção.
Portanto, essa capacidade exige que você assuma o controle de suas finanças. Para fazer isso, é essencial ter uma a compreensão do quando ganha, de suas despesas e o quanto sobra. É indispensável destacar o que é custo de vida (aluguel/parcela da casa própria, conta de energia, conta de água, alimentação) de outras despesas e depois categorizá-los como fixas ou variáveis, necessárias ou dispensáveis.

A partir do conhecimento de suas competências, você pode começar a desenvolver o orçamento, que compreende organizar sua vida financeira de forma visual (seja um caderno, planilha ou aplicativo). Inicie anotando sua renda mensal (receita) e despesas (dividas e obrigações). Assim você terá condições de realizar o cálculo e constatar se seu saldo é positivo (lucro) ou negativo (prejuízo).

A próxima etapa  é o planejamento financeiro, que oferece possibilidades de ações financeiras futuras com base em um orçamento. Para exemplificar imagine que no caso de seu saldo se apresente negativo, você precisa tomar medidas para corrigir a situação. Como renegociar as suas dívidas, diminuir despesas etc. Na situação onde o saldo se apresente positivo, que é sempre a situação ideal, deve-se pesquisar a melhor opção de investimento.

Preservar seu dinheiro
A proteção ao dinheiro tem a ver com a competência em relação a forma como você se comporta quando o assunto é dinheiro, evitando desta forma, pagar por aquilo que pode ser considerado supérfluo, sem necessidade. Alguns exemplos muito comuns estão associados ao pagamento de juros e taxas exorbitantes e o que mais chama a atenção é ser vítima golpes.
No Brasil, os órgãos que atuam nos serviços de proteção ao crédito, frequentemente divulgam estudos que revelam que as maiores causas da inadimplência, são a falta do dinheiro e o superendividamento, o esquecimento é o terceiro motivo de descumprimento das obrigações de pagamento. Nesta relação com o dinheiro, esquecer de pagar uma dívida não é recomendável!

Um outro motivo alegado para a falta de pagamento é a pessoa dizer não ter recebido a sua fatura mensal, contudo, isso não quer dizer que ela não tenha que honrar o compromisso assumido. Citando casos que ocorrem com muita frequência, como o não recebimento da fatura dos serviços de tv por assinatura, internet e telefone, cartão de crédito. É preciso ter claro, no ato da realização do negócio que você assinou um contrato, onde se compromete a pagar mensalmente aquela obrigação que assumiu. Por isso, é importante desenvolver ou utilizar uma forma que possa evitar que você esqueça de pagar a fatura no vencimento, pois caso aconteça o “esquecimento”, este, vai custar muito caro.
Quando o assunto são as taxas de juros cobradas ao consumidor logo vem à cabeça as taxas cobradas no refinanciamento do saldo devedor do cartão de crédito, cheque especial e crédito direto ao consumidor.

O levantamento de taxas de juros realizado pelo Centro de Inteligência e Pesquisa da Fundação Procon-SP – Escola de Defesa e Defesa do Consumidor, envolvendo as seguintes instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra e Santander. Coletou as taxas cobradas a partir de 4 de abril de 2022 e chegou as seguintes taxas médias na conceção de empréstimos através da modalidade de crédito direto ao consumidor e uso do cheque especial respectivamente:

Cheque especial: taxa média de mensal de 7,96%, que é equivalente a uma taxa anual de 150,70%.

Crédito direto ao consumidor: o famoso CDC, se você tivesse tomado um empréstimo nesta modalidade de financiamento neste período teria de pagar uma taxa mensal de 6,77%, o que equivale a uma taxa anual de 119,48%

Agora quando o assunto é o rotativo do cartão de crédito, o cuidado deve ser redobrado, pois, segundo o Banco central do Brasil a taxa média do financiamento do rotativo ficou na média de 13,46% ao mês, o que equivale a uma taxa anual de 355,20%, ou seja, se você pagar o mínimo de sua fatura de cartão de crédito deixando um saldo devedor de R$100,00, em um ano você terá pagado algo em torno de R$455,20. O que convenhamos é muita coisa.
Por outro lado, quando o assunto são as tarifas cobradas pelos bancos temos aí um buraco negro de informações, pois estas nem sempre são passadas a você de maneira clara. Entretanto, a Resolução 3919/2010, estabelece que todo cidadão brasileiro tem o direito a abrir uma conta corrente em qualquer banco, livre de tarifas. Assim, de acordo com esta norma, todos os bancos em operação no Brasil são obrigados a disponibilizar gratuitamente uma conta corrente para pessoas físicas.

Logicamente o gerente de seu banco não te informou sobre a possibilidade de você ter uma conta corrente isenta de tarifas, bem como, que existe a opção de cartão de crédito com ou sem anuidade.
Um outro assunto que está tirando o sono de muitas pessoas está relacionado as fraudes bancárias. Uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), revelou que as fraudes com uso de engenharia social aumentaram 165% no primeiro semestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020.

Segundo a pesquisa, houve um aumento de 80% nas tentativas de phishing, um tipo de fraude destinado a obter dados pessoais dos usuários por meio de informações falsas e e-mails que induzem a pessoa a clicar em links ou páginas suspeitas. O objetivo desta prática é coletar e utilizar as informações das pessoas em atividade criminosas. Os dados apontam que são tiradas do ar cerca de 3.000 páginas fraudadas de bancos por mês.

Aprimorar seu relacionamentos com o dinheiro
Está relacionada a potencial que alguém possui em analisar e questionar seus hábitos financeiros para melhorá-los. Portanto, antes de comprar algo, você deve considerar a demanda pelo item. Use as seguintes perguntas de uma técnica denominada de Teste PPP ou pergunta dos 3 Ps. Esta regra consiste em fazer três perguntas básicas e as responder com sinceridade. A primeira pergunta a ser feita é: Por que comprar, isso vai ser útil? Preciso disso neste momento? Posso pagar, não vai comprometer minha renda durante este período?

Na maioria dos casos as perguntas se mostram mais importantes que as respostas. Esses questionamentos, pode não parecer, mas tem uma força poderosa que pode significar uma tranquilidade maior em relação a suas dívidas, pois invariavelmente os hábitos de consumo das pessoas, estão diametralmente relacionados ao quanto somos afetados pelos paradigmas sociais.
O que leva, por exemplo, alguém a comprar um determinado produto, mais caro, se um equivalente funciona tão bem quando, tem boa reputação e qualidade e, um preço de venda 20% menor? Romper estes velhos hábitos de consumo tem a ver com a utilização dos princípios de inteligência financeira em seu benefício.

Reduzir as contas de consumo, aquelas consideras visíveis e essenciais, como as de energia elétrica, água, gás etc., optar por planos de tv por assinatura e telefonia celular que embutam benefícios adicionais e preços menores e, quebrar alguns hábitos também são formas de melhorar sua relação com o dinheiro.

Como ganhar mais dinheiro
Aqui o objetivo é explorar o seu potencial de aumentar as suas fontes de renda. As duas maneiras mais comuns de elevar a sua receita mensal se resumem em: trabalhar mais, ou seja, ter uma fonte de renda adicional, e a outra é aplicar os recursos excedentes no mercado financeiro, que pode representar uma melhor opção. No entanto, nem todos estão aptos a seguir por este caminho.

Uma vez tendo praticado tudo que foi colocado acima, mas sua renda mensal se manteve  no terreno negativo, é momento para agir e tratar de melhorar seu poder de ganho. Assim, a só resta buscar formas honestas de trabalho.
Existem muitas dúvidas sobre como escolher uma atividade que possa contribuir para a geração de uma renda extra. É importante ter em mente que a busca pelo aumento de renda não deva representar algo sacrificante, mas sim uma alternativa de bem-estar e prazer. Assim,  você deve optar por uma atividade que chamaremos aqui de “hobby lucrativo”, ou seja, você deve primeiro considerar algo que gosta e tenha prazer em fazer.

Os exemplos dessa mudança de comportamento são muitos e variados. Algumas pessoas, inclusive, descobriram uma  vocação de empreender que nem imaginavam que possuíam. Pessoas que gostam de animais podem oferecer serviços de pet-sitter, aqueles que dominam mais de uma língua podem dar aulas particulares que, hoje, podem ser tanto presenciais como “on line”, se você gosta de desenhar e desenha bem seja um ilustrador e se vai bem na cozinha, a  poção é oferecer refeições para pessoas que morem sozinhas e não tenham nem tempo e muito menos habilidade com as panelas.
De qualquer forma, as opções são muitas e variadas para que você possa gerar uma renda extra. Agora a bola está com você e a palavra-chave é, atitude.

Foco no futuro
Muitas pessoas e até mesmo um estudo da Universidade de Warwick, do Reino Unido, indica que colaboradores felizes são 12% mais produtivos e que viver o momento permite que você aproveite melhor sua vida e, assim, seja mais feliz. Sim, viver o presente é muito importante, mas você não pode perder de vista que o presente representa uma ponte para o futuro, suas atitudes hoje, vão representar que o futuro vai te reservar.

A maioria das pessoas que ingressaram no mercado de trabalho a pouco mais de duas décadas e as que ingressaram posteriormente a esse período  dificilmente irão gozar do benefício da aposentaria. As relações de trabalho mudaram ao longo deste tempo e estão em constante mutação. A expectativa de vida vem aumentando ano após ano. Com os avanços da medicina, as pessoas estão vivendo mais e melhor. As projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que um em cada quatro brasileiros terá 65 anos ou mais em 2060, o que equivale a 58,2 milhões de pessoas, 25,5% do total da população. Logo, é importante perceber que apesar da importância de viver o presente, o futuro logo baterá em nossas portas e nossas ações hoje é que vão determinar que futuro será esse.

Portanto, quando o assunto é o futuro, a palavra-chave é investimento, e sendo este o foco, neste caso, o decisão mais acertada é estabelecer uma reserva para emergências.
O conceito de reserva de emergência está relacionado ao valor necessário para a cobertura de suas despesas básicas por um período, que foi convencionado que deva ser suficiente para cobrir estes gastos entre seis meses a um ano, no caso de você perder sua fonte de renda.

Se você ainda está em dúvida sobre a necessidade de uma reserva para emergências, tome por exemplo a pandemia provocada pela COVID-19. Durante esse período, muitas pessoas perderam seus empregos ou tiveram os seu negócios fechados, e aqueles que mantinham uma reserva, se sustentaram graças às estas reservas de emergência.
Para exemplificar, vamos supor que você more com seus pais e assim não precisa pagar  aluguel, mas ajuda seus pais com as despesas da casa pagando as contas de energia elétrica e tv por assinatura e internet, já que você é o que mais utiliza este último serviço. Somando todos os seus gastos mensais, essenciais, os valores chegam a R$1.500,00. Logo, em 12 meses seus gastos seriam da ordem de R$18.000,00.

Continuando no nosso jogo de suposição, pense que em um período de 5 anos no futuro você tenha guardado R$250,00 por mês em uma conta destas startups financeiras que remuneram o saldo a 100% da variação do CDI. Depositando R$250,00 todos os meses durante estes 60 meses. Nesta situação hipotética, você teria acumulado um valor superior as suas obrigações mensais, mais precisamente R$19.807,66, valor mais que suficiente para o pagamento de suas obrigações mensais por 12 meses.
É algo para se pensar!

Criando condições

Uma frase de Roberto Shinyashiki, exprime bem que não basta apenas sonhar é preciso colocar em prática, ele disse:

“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.”

Então não deixe seus sonhos apenas no campo das intenções, vá lute e faça acontecer, pois você é o único que tem o poder para isso.

Todos temos a  capacidade de sonhar, mas nem todos tem a capacidade de dar valor aos sonhos. Parafraseando Francis Bacon, o dinheiro é um ótimo servo, mas um mau senhor, ou seja, não seja escravo do dinheiro, pois ele foi feito para servir e não para ser servido.

Assim, uma vez que você tenha se estabilizado financeiramente e constituído uma sólida reserva para emergências, o próximo passo é pensar em investimentos de longo prazo e elaborar um planejamento estratégico para sua vida. Quais são seus objetivos? Sonhos? Qual o legado que deseja deixar?

Entretanto, é importante lembrar que o dinheiro não deve ser o mestre que vá ditar os rumos da sua vida, mas é necessário para que seus sonhos possam se tornar reais.

Existem várias maneiras e métodos para organizar a sua vida financeira de forma que seja possível a realização de seus objetivos.

Uma das metodologias que pode adotar é a regra 70/30. Este método é bem  básico, prático e objetivo. Tudo o que você precisa fazer é dividir sua renda mensal da seguinte forma: 70% do seu patrimônio líquido deve ser destinado a todas as suas despesas com alimentação, moradia, educação etc.; os 30% restantes serão destinados a reservas financeiras de curto, médio e longo prazo. Este último tem como objetivo criar uma reserva para emergência e para os sonhos mais ousados.

Um outro método bastante utilizado é o conhecido por 50-30-20. Parecido com o anterior e, também, muito simples. O conceito aqui, também, se resume em dividir a renda líquida mensal em três partes (50%, 30% e 20%), levando em consideração as despesas fixas, as despesas variáveis ​​e o dinheiro que você vai economizar.

Como mencionado acima, a intenção básica é permitir que você equilibre receitas e despesas e consiga economizar dinheiro para pagar dívidas, constituir reservas de emergência e realizar seus sonhos, como a compra da casa própria, carro, viajar, estudar e investir. Tudo isso pode ser conseguido organizando a sua vida financeira, alocando cada  quantia exatamente para cada finalidade.

50% renda líquida mensal –  despesas fixas

Os custos fixos são essenciais: conta de energia, água, aluguel (se for o caso), alimentação, higiene, limpeza, transporte, planos de saúde, farmácias. O conceito de gasto essencial está ligado àquilo que realmente é importante para a sua sobrevivência.

Nesta etapa é o momento de listar todas as suas despesas fixas, e se ao final você verificar que a soma é superior a 50% da sua renda, o momento é para analisar a viabilidade de cortes. Faça as perguntas: onde consigo ou posso economizar? Como fazer para diminuir esta conta? É no supermercado, aproveitando as promoções? Orientar a todos da família para que tomem banhos mais rápidos, lavar e passar as roupas pelo menos duas vezes por semana para economizar água e energia?

30% renda líquida mensal –  despesas variáveis
Tudo o que não entrava na primeira lista e que seja considerado sem muita importância para sua subsistência vai ser listado neste campo e será classificado como despesa variável ou não essencial. Café da manhã de domingo naquela padaria chique, serviços de streaming por assinatura, TV a cabo, salão de cabeleireiro, massagens, as compras online muitas das vezes realizadas por impulso.
Evidente que o objetivo não é que você corte tudo o que te dá prazer, mas é importante ficar atento se estiver gastando mais de 30% de sua renda líquida mensal. Mas caso seus gastos superem o limite de 30% é relevante fazer ajustes e cortar algumas despesas para que você possa atingir suas metas de economia. As despesas variáveis ​​precisam ser controladas, é importante não exagerar. Muitas vezes são essas despesas que levam as pessoas a se endividarem.

20% renda líquida mensal –  reserva financeira e realização de realização de sonhos
O fundamento deste método considera que este seja o percentual ideal para reservar de sua renda, para que possa ter bem-estar em sua vida e poder colocar em prática o planejamento visando a realização de seus sonhos. A ideia de poupança está ligada a uma pessoa poder economizar para passar por situações de emergência financeira sem ter que recorrer a empréstimos ou linhas de crédito pagando taxas absurdas, como cheques a especial e o saldo rotativos do cartão de crédito.
É importante ter em mente que é sempre melhor uma reserva para emergência que dívidas! E essa reserva é o começo de uma vida estável e que pode levar uma pessoa a conquistar o sua liberdade e bem-estar financeiro.

Ao iniciar a utilização do método 50-30-20 e, caso esteja endividado, as suas dívidas devem começar a ser quitadas com a parcela dos 20% do método.
Uma vez que tenha conseguido equacionar as suas dívidas, esse percentual deverá ser direcionado para constituir suas reservas de emergência (que podem ser alocadas em investimentos de renda fixa de alta liquidez e baixo risco, a rentabilidade aqui é o que menos importa).

O terceiro passo é usar o dinheiro que você economiza a cada mês para desenvolver um plano para realizar seus projetos. Por exemplo: compra de carro, compra de casa, viagem dos sonhos, recepção de casamento. Para cada item, reserve um valor separadamente. Você verá, aos poucos, que todos os seus planos terão condições de se tornar realidade.

Por fim, se você já possui, está desenvolvendo ou utilizando as competências acima, parabéns! Você tem ou está desenvolvendo a sua inteligência financeira. Caso ainda não seja o seu caso, nunca é tarde para começar, pois o primeiro passo indispensável para conseguir as coisas que você quer da vida é este: decida o que você quer!

Manoel Junior